21 de fev. de 2010

Travessuras



Eu disse que ia escrever às segundas-feiras, mas decidi adiantar o post pra inaugurar uma nova sessão e contar sobre o que eu chamaria de 'a primeira travessura do Théo'.
Aproveitamos o domingo pra ir conhecer Niterói. Colocamos o Théo na cadeirinha do carro e seguimos caminho pra ver o Cristo do lado de lá da ponte. O Théo não anda muito amigo da sua cadeirinha nova, então ele passou o caminho ora choramingando, ora se distraindo com um rímel e um batom, que ele sacou da minha necessáire antes de sairmos de casa. E assim, entre um choramingo e outro, chegamos em Niterói.
De repente percebi que o Théo havia ficado quietinho demais e fui conferir se ele havia caído no sono. Pra minha surpresa, o que eu econtrei foi o Theozão todo lambuzado de batom. Eu não sei como ele conseguiu abrir a embalagem de batom, mas imagino que não deva ter sido muito difícil. Eu e Glauber demos muuuuita risada e aprendemos que, aquela máxima que diz que criança quando fica quieta é porque está aprontando alguma, é uma grande verdade...

17 de fev. de 2010

Folia com as frutas





O Carnaval acabou, mas ainda no ritmo de festa decidi publicar umas fotos da folia do Théo com as frutas. Quando começou a comer frutas, com seis meses e meio, eu oferecia todas raspadinhas ou amassadinhas e assim ele foi conhecendo os sabores e as texturas de várias delas. Aí então ele começou a demonstrar uma leve predileção por uma: Ameixa. E eu, encantada com a intimidade que o meu filho demonstrava com esses alimentos, tão aprecidados por mim, não tive dúvidas, coloquei uma ameixa inteira nas mãos dele e fiquei assistindo de pertinho pra apreciar o seu comportamento (e pra evitar que ele engasgasse, é claro). E então o Théo devorou a primeira amiexa e partiu pra se deliciar com a segunda. E hoje, ao ver uma Pera em cima da mesa ele já acena para a ela e estica a mão para alcancá-la. E assim tem sido com a Carambola, a Laranja, a Uva, a Goiaba, a Banana e tantas outras....
Vejam que experiência sensorial e motora deliciosa!

8 de fev. de 2010

Théo, aos nove meses, curtindo 0 verão na praia do Arpoador.

Quase um ano depois...


Fizemos esse blog há mais ou menos um ano, quando o Théo estava para nascer... O rebento nasceu, cresceu, está prestes a fazer um ano e tem feito muitas gracinhas. Começou a sentar-se aos cinco meses, mamou exclusivamente no peito até os seis meses, engatinhou aos sete, balbuciou a primeira palavrinha aos oito meses e com dez o primeiro dentinho rompeu. E desde então fomos absorvidos pelos cuidados diários com o pequeno, com as mudanças de rotina que um filho nos impôs e o blog foi ficando de lado...

Mas eu não seria capaz de contabilizar as inúmeras alegrias que esse menino trouxe na vida da gente. Diariamente eu e Glauber nos flagramos fazendo uma declaração de amor e gratidão ao nosso filho, que chegou ao mundo de maneira linda e desde então, todos os dias tem uma lição de amor e de vida pra nos ensinar.

E é pensando nisso e nesse amor lindo que eu resolvi retomar esse blog. Sem grandes pretensões, vou escrever aqui toda segunda-feira, pra dividir um pouco das histórias com o Théo e das reflexões diárias que o desafio de educar um filho tem nos apresentado. Pra marcar o recomeço, vou postar um texto que não é inédito, mas é uma das mais bonitas declarações de amor que eu já vi um pai fazer para o seu filho. O texto é do Glauber (com quem divido o blog, a vida e o filho) e foi publicado na semana passada no seu blog (glauberpiva.blogspot.com). Ele fala sobre como um homem entende e assimila a chegada da paternidade...

Espero que curtam, e até breve!



Paternidade é a chegada de um hipopótamo

Que ninguém duvide: paternidade é construção diária, descoberta que ultrapassa os limites da gestação e as obviedades várias. A maternidade, pelo o que percebo, nasce mais cedo. É percepção que se inicia física: a menstrução interrompida, os enjôos insuportáveis, o peito endurecido, a barriga que cresce, a pele bonita... são mudanças no corpo e nas relações em sociedade. Tudo muda quando chega uma grávida. Todos mudam quando a vida se anuncia por uma mulher.

A paternidade é diferente. O ultrassom se apresenta e o homem vê, chora, ri, mas ainda não sabe o que sente, não entende o que se passa. De exame em exame, comporta no seu dia-a-dia mudanças radicais. A mulher que embarriga, os humores que se alteram, os cuidados que redobram, os assuntos que mudam e, principalmente, o mundo que se enche de descobertas e de informações que vão inundando o imaturo macho de responsabilidade projetada. Mas isso pode ser embelezado por lágrimas e palavras e fotos e carinhos, mas ainda não é paternidade.

Ela é construção lenta. A gravidez é o período das fundações. É determinante para a solidez do edifício, mas ainda não preenche entendimentos. Vem o primeiro choro, a primeira fralda, as noites de pouco sono, as belezas da convivência. E um pai vai nascendo aí.

A mãe já está ali, plena. Já sentira no corpo a vida se renovando e, agora, contempla sua cria continuando seu corpo a partir de seu peito. Por um tempo, serão um, ou quase-um. Já o pai ainda tenta entender o que acontece. Nos primeiros meses oferece carinho e se põe de assessor. Ajeita a poltrona de amamentação, arruma o berço, compra coisinhas e oferece o colo nos intervalos, com intensidade e paixão. Mas, enquanto faz tudo isso, ainda luta por seu espaço, luta por entender sua nova vida.

O corpo onde se deleitava agora tem outro imperador. Que o homem lhe contemple pelas frestas do tempo, pelo cantos do desejo. Devagar e generosamente.

O filho, que sabe ser seu, ainda não o descobriu totalmente e nem ele, que faz um monte de coisas, conseguiu transferir para seu corpo o que sua cabeça já sabe. Paternidade é conhecimento que vira sabedoria aos poucos.

Essa relação pai e filho vai se construindo devagarzinho. No início são dois seres igualmente indefesos. Precisam se entender e se dispor a compartilhar. O entendimento e a cumplicidade vêm aos poucos, mas a tarefa da partilha é coisa pra gente grande. É preciso mudar de ponto pra que a vista se acomode e o novo seja leve.

Para superar fragilidades, só tem um jeito: muita dedicação. E aos poucos tudo vai se encaixando. Um dia, vendo um filme, o homem chora pensando no futuro da família. No outro, meses depois do parto, divide com a mulher um segredo. "Acho que só agora estou entendendo esse lance de 'ser pai'. Nosso filho é tão lindo..."

Eu tenho várias lembranças desse processo e sei que ele ainda vai longe. A gravidez foi uma longa viagem. Eu aprendi muito. Aprendi milhares de coisas que não sabia e que me ajudaram muito a me reorganizar. Mas um dia inesquecível foi quando o Théo tinha sete meses e, pela primeira vez, estando no colo da mãe, pediu para vir para o meu. Acho que neste dia eu virei pai de verdade.

Parir não é mão de via única. Quem pare, se pare também. Quem acompanha vai sendo parido aos poucos. Grávidas nunca estão grávidas só de um. Sempre são pelo menos dois: grávidas de outro, grávidas de si. Afinal, parir é partir, é romper, é chegar.

Com o pai a gravidez é diferente, é gravidez de bicho grande. Quase nunca um pai é partido no parto, como um ovo quebrado que não se cola jamais. Um pai nasce devagar, como hipopótamo, cujo tempo é rarefeito: vem lentamente, ocupa os espaços e toma conta de tudo. Um pai também é partido, mas demora bem mais pra chegar.